top of page
Buscar

O meu maior Mestre: Você.

Uma linda e amorosa reflexão sobre nossa responsabilidade perante aos olhos de nossos irmãos.




Quando olho para você não lhe vejo. Só vejo a mim, refletido em seu olhar, em seus gestos, em seus conselhos e em seu agir.


Quando olho para você não vejo nada além dos meus desejos, dos meus medos, de minhas angústias vistas e duramente projetadas em você.


Quando olho para você, vejo coisas que odeio em mim mesmo, e ao mesmo tempo, vejo todos meus amores mais secretos, meu desejo mais poderoso de ser um alguém, que ainda não sou.


Faço isso quando vejo seu sonhos, seus jeitos, suas conquistas… e percebo que fazes isto também,  pela forma que me olha, me avalia, aprovando ou desaprovando quem eu sou, mesmo você ainda sem perceber, não note, que eu também sou você.


Mas quando em você percebo algo muito diferente de mim, longe das minhas certezas e dúvidas mais íntimas, deixo de em você me ver, e vejo algo que me acorda. Algo que me desperta.


Noto em você algo que me incomoda, pois não consigo reconhecer. Terei de aprender.


Percebo em você algo que sei que existe em mim, mas eu não sei explicar, é como se estivesse na escuridão, ouvindo um som que não sei o que é. Somente sei que esta lá.


Quando olho para você, vejo que não sei reconhecer, percebo como não és infeliz, pois isso eu conheço bem.

Percebo o quanto não és mau, pois isso também me é familiar.



Posso ainda perceber, em certas horas, como sua infelicidade está distante de minha plena alegria e paz, pois isso agora também sei reconhecer.


Agora também percebo o quanto és confuso, pois já ai estive, e agora em clareza, me reconheço de novo em você.


Posso agora notar toda sua amargura e medo, pois disso também já vivi, e agora em doçura e coragem, isso também posso reconhecer.


Quando crio e permito me ver em você, vejo que somos iguais, e por isso sei exatamente como lhe acolher, em meus braços, e na doçura de palavras usadas em amor.


Mas há também quando olho para você, e percebo que há coisas que ainda não conheço, e faço isso, reconhecendo aquilo que você não é. Aquilo que também não sou.


Me comparo a você e não me vejo, e passo a me esforçar para essas coisas que não me são familiares, em mim também passarem a existir, pois não sou feliz sendo o que sou, por isso busco.


Percebo ainda, que com esforço, passo a ter aquilo que não sabia o que era, e descubro que ainda falta mais. Porém esse mais, já não acharei em você, pois agora que de novo me vejo em ti, isso, já não acho suficiente também.


E assim segue a busca, de Mestre em Mestre, hora aprendendo, hora ensinando, mas sempre, buscando, pois Deus não habita no fim, mas no durante.


A busca não é para achar aquilo que ainda falta, mas sim, de reconhecer já presente em mim, toda a paz que busco sem parar.


Neste dia, quando em mim Deus eu passar a ver, eu olharei para você,  verei a mim mesmo, aprendendo, lutando, nascendo… mas liberto de você que estarei, assim como também estarei liberto de mim, daremos um ao outro apenas amor, e a paz, de nada mais precisar.


Bem-vindo a Verdade. Bem-vindo à você.

53 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page