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O Incômodo Libertador

Atualizado: 13 de ago. de 2019

Um comovente depoimento sobre a ilusão


Sinta a emoção de ler e entender como a mente gera sentimentos de depressão e angústia.


Podcast: Agora você pode ouvir esta reflexão e sua analise através do podcast da Fundação AMORE. Acesse clicando na imagem abaixo.


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O medo e a depressão devoram o bem-estar e a saúde da mente-corpo-consciência.



Era um dia feliz. Um dia de festa como tantos que cercam nossa vida. Mas ali havia algo de estranho demais. Não na bebida, nas carnes e pessoas que ali estavam. Mas no espírito. No existir. Era como se algo estivesse fora do prumo, fora do compasso do tempo. Uma brecha. Um lampejo de atraso ou adiantamento que fez tudo parecer tão caótico e estranho ao ponto de gerar medo, angústia e pesar.

As cores não pareciam tão vivas, o tabaco não enchia os pulmões como antes e nem dava aquela sensação de cabeça a girar que sempre trazia junto a ele. A bebida também não estava tão sensual e fácil como de costume, e apesar de sempre em abundancia, faltou em efeito. A carne já não tinha o sabor sensual do sangue e gordura que a tudo transforma e seduz pelo hábito maculo e sensual de comer algo que se sacrificou por ti, mas isso também muito por causa da fome que sempre tanta e tão voraz ali também não estava.

Era tempo de Copa do Mundo, de celebração, que gana, de ânsia e de sonhar, mas nem isso também parecia sentido fazer. Não havia cor, som ou desejar que bastasse ou parecesse bastar naquele momento. Eram dias cinzas, sem balanço de sons ou formas. Era a solidão rodeados de muitos e um desejo enorme por uma coisa que nem se sabia o que era. Era o início de um fim. Um ciclo que se encerrava e deixava para trás feridas tão profundas que se bem olhadas podiam até matar, mesmo sem fisicamente existir.

Era tempo também de despertar. Mas disso ainda também não se sabia. Só se sabia sofrer, resmungar, reclamar e clamar. Era tempo também de ilusão, de medo e de decepção, mas não se sabia o porque.


O trabalho charmoso era um fardo pesado de um titulo que mal se sabia explicar. Uma história tão cheia de fantasia e ilusão, que era até difícil de separar verdade de mentiras, de real e imaterial. Era apenas sofrer. Era apenas querer e representar. Engar e se enganar.

Eram também dias de um amor que machucava, um amor doloroso e rancoroso, de posse, de controle e de remorsos. Não era amor. Era apego. Apego e medo. Medo que também não se sabia de que.

Era tempo ainda de mentir para si mesmo, de fugir, de se esconder e se machucar. Mesmo sem saber o porque. Era tempo de desencavar mortos, de se enrolar em correntes de fogo ardente e se prender a demônios que se insistia em alimentar. Não era medo. Era apego ao sofrer.

Era momento de adoecer. De se ver pior, de se machucar, de se julgar e se condenar a crimes sem castigo, e por isso, que a vontade se poderia cometer. Inocente engano.

Era ainda tempo de mentir para si mesmo e se contentar com restos e sobras. Espólios de prazer de todas as espécies de forma de ilusão e de iludir. Era tempo de correr um risco nada calculado. Um risco que de tão grande mal poderia ser notado. Ilusão e Apego. Um constante fugir de algo que nunca se viu, por um caminho em círculos que leva a lugar algum.


Também era tempo de consolar. Mas só a si próprio, e sempre com palavras doces, memorias doces de atitudes amargas e sombrias que se insistia em fazer e consolar, como um carrossel de dor e consolo de um vício e perversão que nunca se queria sair.

De joelhos e sempre assim, uma prece decorada nos lábios sempre saia, e sempre servia como uma luva numa mão acostumada a ela. E a Deus se cobrava respostas a perguntas que nunca deveriam ser se quer pensadas. Uma fé inabalável em algo que não se sabia explicar, nem sentir, nem buscar. Perdido. E era tempo de se achar.

E assim, nessa angustia sem fim, neste inferno no meio do céu que você mesmo construiu, com tanto esforço, com tantas lágrimas, dores e cabeças que mesmo decepou, coladas uma a uma com um esforço monumental, você percebe que a cola que segura seu céu é feita de um ego e desejos tão frágeis que pode tudo, absolutamente tudo desmoronar só de nisso você pensar. Medos sem fim. Pânico e fuga.


Bem-vindo à Verdade. Bem-vindo a Você.

 
 
 

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