Não, porque te amo!
- Fundação AMORE

- 25 de abr. de 2019
- 4 min de leitura
Uma reflexão sobre as relações de poder que a mente cria para se manter em prazer e em aparente controle do mundo material através de relações sombrias entre desejos e dores em um jogo de manipulação e ilusão.

A mente humana é feita de desejos, que buscam prazer infinito, sempre é claro, fugindo da dor e do pesar. Neste jogo de fingir e dissimular, a mente também cria mecanismos perversos de controle e manutenção do prazer. À isso, podemos dar o nome de Poder. Tudo que fazemos é pela sensação de controlar tudo, inclusive aos outros.
Reflita sobre o que a mente é capaz de fazer para manter a ilusão do Poder na materialidade. Ela cria ilusões tão sedutoras, que mesmo em pleno sofrer, ela é apta a descobrir prazeres, inclusive os mais mórbidos e em circunstâncias deploráveis.
Poder é sentir controle, e nada mais sedutor à uma mente iludida do que a sensação de controlar, de determinar caminhos, desfechos e manipular situações e a outros, mas sempre, e sempre cada vez mais, em benefício próprio.
Pegue como exemplo mentes que manipulam relacionamentos, manipulam os filhos, disputam poder em situações tão medíocres, que se torna ridículo e estúpido até mesmo o simples fato de supor tal circunstância. Não há amor, nem respeito e nem bem-estar. Só há apego em si mesmo. Um jogo infantil de fingir que controla e se é controlado.
Discursos e histórias contadas apenas para se auto ouvir dizer o quão triste ou feliz, amado ou amoroso, bem-aventurado ou desafortunado se é. Discursos de ilusão para uma plateia surda.
Ao entender que o sentir poder não é poder, mas sim um indicador de que algo se perdeu em sua consciência iludida, a mente se liberta através do aprendizado sobre quem se é de fato, e se livra de vícios comportamentais e de pensamento adquiridos como forma de defesa e manutenção desse prazer sombrio que é o poder. Compulsões, pulsões e vícios de seu auto manter nas ilusões da mente.
Um mundo de ilusão, prazer e dor, onde amigos manipulam amigos, amantes manipulam amantes, pais manipulam filhos.... E porque?
Observe pais manipuladores como exemplo: com mimos infinitos eles sentem controle e poder sobre os filhos. Controlam o viver dos filhos como se eles lhe fossem exclusivos, e não filhos de Deus, e assim, se sentem pais por mais tempo, pois na ilusão, se um filho é livre, a importância dos pais se acaba. Na mente iludida do manipulador, isso aparece e se justifica pelo “amor”, isso obviamente, como se amor fosse algo de natureza tão sombria.
Já os filhos, amolecidos e frouxos de mente, corpo e consciência, se deixam também sombriamente manipular pela conveniência de ter sempre uma fonte infindável de recursos de todas as espécies dos pais para lhes proteger e garantir suas inconsequências e desventuras, e assim, adquirem também o perverso hábito da manipulação e da inércia.
Cônjuges se manipulam em fábulas de amor, ciúmes, rancor e ódio, e ao fazerem isso se tornam seres que praticam sexo e ocasionalmente são amigo, quando deveriam ser amigos que ocasionalmente fazem sexo. Tudo errado, tudo é frágil, tudo calculado e fingido como uma encenação de mau gosto. Um teatro falido de atores grotescos que insiste em se manter aberto, apenas pelo também mórbido prazer de apenas encenar, mesmo que para uma plateia de poucos ou como sempre, vazia.
Encena-se dedicação no trabalho para fingir poder; se encena dedicação as doenças dos outros e às próprias pelo poder de se tornam um frágil e carente sofredor, justificam-se todos os excessos e luxúrias pelo poder de se manter acolhido e feliz... desejo de controlar algo incontrolável: A mente.
Se iludir de poder e prazer para ter felicidade é como tentar impedir o pôr do Sol. É estupido, é insensato, é apenas mais uma ilusão. É fazer como os adúlteros que enganam-se construindo desejos e perversões e gozam, tanto em carne como em mente, com as mentiras e fantasias que inventam. São adúlteros que só traem a si próprios em mente e consciência.
Porém ao entender essa ilusão e encontrar-se com seu verdadeiro Eu, cria-se um grande poder de deste mundo de ilusão se libertar, e desse ato de Consciência-Pura, percebe-se uma fonte infinita de felicidade e paz que não há palavra humana que expresse com precisão o que isso é . Bem-aventurança e amor sem fim.
O poder do não, da negação, é o caminho único para a correta compreensão de quem se é.
Através deste hábito, descobre-se quem se é entendendo o que não se é, pois definições sempre virão de sua mente, e sendo de sua mente, são memórias, logo são apegos, que são ilusões, que são a chaves que lhe trancam nesta prisão de dor e sofrer. Como confiar e esperar libertação naquilo que lhe mantém preso?
Passa-se a compreender então o que não se é, a não se definir, a não se reconhecer como mente – corpo - consciência, e portanto, encerra-se o ciclo de desejos de dor e sofrimento. Você finalmente percebe que você é, e sempre foi, o que sempre buscou.
Entenda definitivamente que sua mente é uma criança que corre atrás de um brinquedo, pelo simples fato desta ser a natureza dela. Inquieta, impaciente e atrevida, mas que seu verdadeiro Eu, sua Consciência-Pura é como a mãe que observa o filho a brincar. Ela não observa ao brinquedo. Ela o faz pela criança.
Seja como uma mãe amorosa e zelosa com sua mente e observe-a com amor e atenção. Entenda porque você pensa o que pensa e faz o que faz, e assim, conseguirá descobrir quais são seus objetos de poder, a amarras e os inimigos de sua mente.
Você irá também definir e ponderar quais os males que eles já lhe trouxeram, o quanto você engana e manipula, em especial a si mesmo.
Dedique também atençao para entender se você já está pronto para deixar esses vícios, e assim, ser a fonte de verdade, amor, paz e beleza que você nunca deixou de ser. Só não se lembra.
Bem-vindo à verdade. Bem-vindo a Você.





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